Eu aprendi coisas sobre filhos. Eu não tenho nenhum e nem acho que vai acontecer tão cedo, ou que vá acontecer algum dia... tamanhos os traumas de criação que eu tenho. O que eu aprendi veio da minha mãe que me pariu, veio da minha avó que me criou até os 15 e da minha madrinha que cuida de mim até hoje. Até hoje são 10 anos e ela pegou a parte mais terrível. O fundamental que eu aprendi foi com as três, foi sobre aquele ditado popular: “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”. Ele não funciona pra criar pessoas. Elas começam a se perguntar: “Por que minha mãe pode gritar com a minha avó e eu não posso gritar com ela? Por que minha dinda pode responder mal a minha avó e eu não posso responder mal a ela? Se minha avó pode gritar por que eu não posso?!” Gritar é uma questão pra mim, acho que deu pra notar.
É como falar certo. Eles suaram para eu falar maquina e boxe porque eu falava “manica” e “boxque” e depois foi meio frustrante ver minha dinda enrolando a língua bêbada e minha avó não conjugando os verbos direito. Elas também falaram que eu deveria me aproximas de pessoas “boas”. Seja boa significando bondosas ou bem educadas, ricas, inteligentes... e por aí vai. Daí eu cresci e vi que minha tia era amiga de viciados em cocaína, que minha mãe namorou um garotão da minha idade sem eira nem beira, que minha avó era capaz de fazer amizade com qualquer um e que a minha própria família (irmãos da avó.... primos distantes etc) não eram lá muito “bons”.
Então eu sei que é importante não cobrar do meu filho ou filha que seja como eu não fui, que seja como eu gostaria de ser. Mas sim tentar ser melhor pra que ele possa não ter medo de ser como eu sou. Tentar não cobrar mais do que eu sei que ele não pode fazer e tentar também não dar menos do que ele precisa. Porque se ele conseguir comer sozinho e não me pedir para dar comida eu também devo ficar orgulhosa por comermos juntos e não triste dele não precisar mais de mim para comer, ou saber quando comer, ou saber o que comer. Porque eu quero saber que eu sei... e se eu sei ele tem um exemplo. Um exemplo vivo, não um exemplo hipotético.
Então eu sei que é importante não cobrar do meu filho ou filha que seja como eu não fui, que seja como eu gostaria de ser. Mas sim tentar ser melhor pra que ele possa não ter medo de ser como eu sou. Tentar não cobrar mais do que eu sei que ele não pode fazer e tentar também não dar menos do que ele precisa. Porque se ele conseguir comer sozinho e não me pedir para dar comida eu também devo ficar orgulhosa por comermos juntos e não triste dele não precisar mais de mim para comer, ou saber quando comer, ou saber o que comer. Porque eu quero saber que eu sei... e se eu sei ele tem um exemplo. Um exemplo vivo, não um exemplo hipotético.
Um comentário:
nossa, nem lembrava mais do blog. concordo com vc. mas posso te dizer que a gente sempre quer acertar, msmo que esteja errando...feio.
pq se arrepender de alguma coisa, a gente ja aprendeu com nossos pais, doi!
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