quarta-feira, 20 de maio de 2009

criar crianças raising children l'éducation des enfants

Eu aprendi coisas sobre filhos. Eu não tenho nenhum e nem acho que vai acontecer tão cedo, ou que vá acontecer algum dia... tamanhos os traumas de criação que eu tenho. O que eu aprendi veio da minha mãe que me pariu, veio da minha avó que me criou até os 15 e da minha madrinha que cuida de mim até hoje. Até hoje são 10 anos e ela pegou a parte mais terrível. O fundamental que eu aprendi foi com as três, foi sobre aquele ditado popular: “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”. Ele não funciona pra criar pessoas. Elas começam a se perguntar: “Por que minha mãe pode gritar com a minha avó e eu não posso gritar com ela? Por que minha dinda pode responder mal a minha avó e eu não posso responder mal a ela? Se minha avó pode gritar por que eu não posso?!” Gritar é uma questão pra mim, acho que deu pra notar.
É como falar certo. Eles suaram para eu falar maquina e boxe porque eu falava “manica” e “boxque” e depois foi meio frustrante ver minha dinda enrolando a língua bêbada e minha avó não conjugando os verbos direito. Elas também falaram que eu deveria me aproximas de pessoas “boas”. Seja boa significando bondosas ou bem educadas, ricas, inteligentes... e por aí vai. Daí eu cresci e vi que minha tia era amiga de viciados em cocaína, que minha mãe namorou um garotão da minha idade sem eira nem beira, que minha avó era capaz de fazer amizade com qualquer um e que a minha própria família (irmãos da avó.... primos distantes etc) não eram lá muito “bons”.
Então eu sei que é importante não cobrar do meu filho ou filha que seja como eu não fui, que seja como eu gostaria de ser. Mas sim tentar ser melhor pra que ele possa não ter medo de ser como eu sou. Tentar não cobrar mais do que eu sei que ele não pode fazer e tentar também não dar menos do que ele precisa. Porque se ele conseguir comer sozinho e não me pedir para dar comida eu também devo ficar orgulhosa por comermos juntos e não triste dele não precisar mais de mim para comer, ou saber quando comer, ou saber o que comer. Porque eu quero saber que eu sei... e se eu sei ele tem um exemplo. Um exemplo vivo, não um exemplo hipotético.

sábado, 9 de maio de 2009

Competição Feminina (DxWxS)

Hoje eu entrei numa comunidade nova (no orkut) e acabei querendo me aprofundar um pouquinho no tema e conhecer opiniões diferentes. A tal comunidade era Sou Competitivo (a) . Bom eu me toquei que toda a minha vida eu reclamei das mulheres serem muito competitivas, e agora quase mais perto dos 30 do que dos 20 eu parei por uns segundos e pensei: “não seria eu a competitiva?!” Bom, é o que eu estou tentando responder. Nesse aprofundamento que no fundo é uma micro-análise superficial.Primeiro achei este texto que achei bacaninha sobre o assunto: lá ele é abordado de uma maneira bem fácil para entender. Dizem que as mulheres são naturalmente competitivas, desde criancinha, quando desejam uma boneca melhor do que a da amiguinha... e que isso é cultural também.

Mas, porém, contudo, ainda assim.... posso comparar o meu ponto de vista com uma competição industrial, certo? Certo. (adoro quando eu mesma me respondo). Lá está as empresas D criando um ataque ofensivo às empresas W. A D toma conhecimento no portifólio da W, oferece festas para os patrocinadores e afiliados da W, toma posse do mailing principal da W e então lança uma proposta de união para patrocinar um evento. As empresas W unem o nome às empresas D porque a proposta era através do que cada uma tinha de melhor e criar um evento.

A partir daí, então, é quando, não muito depois... As empresas D assinam contrato com a modelo que a W estava para assinar, a D troca contrata o design gráfico da W e acima de tudo começa a produzir um produto igual ao da W. O que faria esta segunda empresa? Ia deixar se engolir pela concorrente que um dia foi afiliada?

Bom, provavelmente não funciona assim no mundo dos negócios, mas no mundo feminino, no MEU mundo feminino funciona assim. Não vou ficar parada vendo uma sucção das minhas coisas, da minha vida, do meu estilo de vida, dos meus trejeitos, gostos, modos, palavras, gírias sendo reproduzidas e assinadas por uma outra mulher, eu batalho duro pra ser uma boa mulher e reconheço e admiro quando considero que alguém exerce essa função melhor do que eu. Não quero competir, acho que nesse mercado ainda tem espaço pra todas, D W S... mas se vêm mexer com o que é meu, eu viro bicho.

Se fosse no mundo dos negócios, eu processava. Eu patentearia tudo, faria uma oferta maior ao meu design... e se por acaso... eu tivesse recebido um golpe através de uma falsa oferta de uma concorrente eu apelaria para todos os métodos legais. Acho que é aí que a empresa concorrente vira a empresa rival. E aí que a mulher concorrente vira rival.

Ainda além eu digo que não estou falando em competição por homem não. Estou falando competição no oficio de ser mulher, e arranjar homem é só uma dessas coisas. Tem mil outras... eu não sou boa em todas, e se fosse acho que seria um tipo de mulher assustadora, porque defeito faz da gente mais humano. Homem é o aspecto mais valorizado, mas é apenas mais um dentre eles: andar de salto com elegância e sensualidade, ser sensual, ter um corpo legal, saber se vestir, ter um estilo, estar cheirosa, cuidar do cabelo e da pele, estudar, cultivas boas amizades, ter boa saúde, cozinhar bem, estar por dentro de filmes peças e livros, conhecer boas comidas, saber ouvir, demonstrar carinho aos semelhantes, ter habilidades específicas, instinto maternal, e eu vou parar por aqui porque é possível preencher uma lauda inteira com isso.

Agora posso responder. Sim eu sou competitiva, mas sou quando eu vejo que todo o meu esforço para construir uma mulher integra está sendo sugado, roubado, e destruido por uma concorrente. Aí não há amizade e bondade que resista. E eu espero, ahn... eu espero... que um dia eu suba a escala. Que escala? Bom... Lá em baixo estão as altamente competitivas (D), no meio estão as que respondem a competitividade agressiva da concorrência (W) e a cima estão aquelas mulheres tão firmes no mercado que nem se abalam com a tentativa de compatitividade das abaixo (S). Em geral as medianas (W) estão satisfeitas e respeitam as do tipo S (super fortes e estabelecidas no mercado) e as empresas pequenas (D) ficam tentando devorar as do meio.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

O Grafitinho, os meus vizinhos e Andy Warhol

Desde que abriu um colégio pra crianças próximo ao meu prédio eu passei a entender coisas que eu até então não sonhava em poder explicar.
Dizem que tudo está na infância então se assim o é algumas explicações podem ser dadas nas minhas horas dedicadas ao Voyerismo durante o cigarro.
Descobri que muito mais interessante do que a vizinha do prédio da rua de trás transando com um cara negro no sofá... ou a vizinha do prédio do lado deixando um cara negro transar com ela... era mais interessante olhar as criancinhas.
Mmm... criancinhas e sexo numa mesma linha pode dar cadeia, então deixa eu me retificar: Fico feliz pelos negões mandando ver nas mulheres, bem que a Cátia, que trabalha aqui em casa, vive me dizendo que eles são muito melhores... mas o que eu observo nem é o sexo em si, mas a capacidade das pessoas fazerem isso cm a janela escancarada e a luz principal da sala acesa (sim da sala, porque posso concluir que os negões das minhas vizinhas gostam muito de uma sala, jamais uma cama). Mas acaba aí... não chego a nenhuma conclusão, não mudo meu ponto de vista, nem nada... além do mais... sexo é o que pode trazer as criancinhas pro mundo para então matriculá-las no coléginho daqui de perto, então tem tudo super a ver com o assunto num geral.
Pois bem. Das 10 da manhã... até às 18h temos barulhos vindo do tal coléginho. Acho que ali só vai até a quarta série ou coisa parecida. Agora vejamos, quando eu estudava de manhã eu acordava (teoricamente) às 5:30 e estava no ônibus (teoricamente) às 6:30... e claro (não só teoricamente) com muito sono. Era quando eu notava... Deus!!! Como os brasileiros falam alto! “eu falei pra minha patroa que o Vanish é muito melhor! Desde que ela trocou aquele sabão em pó eu to querendo me demitir! Eu não agüento esfregar mais a roupa” ... “mas o Antônio ... é aquele professor de técnica um ... é esse. Então o Antônio ele deixou usar a calculadora durante a prova, então não tem que se preocupar, eu vou pegar ele no próximo semestre!” ... “você não me ligou ontem, acha que eu sou algum tipo de palhaça que você fala que está de saco cheio de mim na frente dos seus amigos e eu vou ficar em casa chorando?” ... “Não cara ta safo, eu fechei uma equipe ontem e nós vamos pegar aquela galera e moldar no nosso ritmo. ... é claro, uma galera jovem pra divulgação...” aiai. Do que te importa esses assuntos? Nem a mim. Nem a ninguém... mas... eles falam alto, bem alto, muito alto. Tão alto quanto a minha vizinha do lado pede coisas pro negão dela.
E então eu notei que da primeira à terceira série ou coisa assim... nenhuma aula pode ser baixa. Pq se existem silêncios de 20 minutos nesse colégio é muito. Não há descanso. Eles fazem aulas fora da sala, pq eh mais divertido e berram, eles berram durante as aulas de educação física, eles berram durante o recreio... imagino eu que as professoras berrem pra dar aula. E assim cresce uma geração de pessoas que não sabem falar, só berrar. Berrar, berrar.
Eu tive um professor que berrava na faculdade de jornalismo e eu sentia atração por ele. Pior que eu sabia porque... porque ele berrava. Ops... to me encalacrando ainda mais com esse negócio de sexo, criancinha, berro, negões e atração. Ainda bem que o meu professor berrava grosso e as criancinha berravam fino. E a grande vantagem de não ficar divulgando o meu blog pros meus amigos é que posso escrever quanta baboseiras eu quiser, porque ninguém vai ler. E o melhor, quando mais eu escrever, mais ainda vou repelir leitores.
Não gostei desse texto, mas vou dar um upload mesmo assim.




Eu estou lendo a autobiografia de Andy Warhol, não, não estou lendo, estou devorando. Me recusei ver filmes ontem pra ler um livro e isso é um caso muito, muito raro.
Os Críticos chamavam Andy W de fútil e eu sempre me irritei com isso pensando “ele eh debochado! Não fútil!”.
Pois bem... lendo o Andy Warhol de A à B e de volta a A, eu conclui que: O cara não é fútil. O cara é mega power hiper super ultra top frívolo (uma palavra mais legal pra fútil). A pior parte: eu mega me identifico com ele... com as coisas que ele escreveu, com a arte ele, com a vida dele, com alguns pontos de vista dele. Só não sou tão frígida quanto ele se dizia ser (se dizia porque se ele era ou não eu nunca vou saber).
O livro tem tiradas ótimas como – no colégio devia se ensinar sobre amor e sexo, mas não o fazem porque amor e Sexo são business. Sei, meio óbvio que são negócio, mas no contexto que ele fala, soa tão genial... No colégio também tinha que ensinar a gente a falar baixo.
Andy Warhol falava baixo, lento e engraçado. Porque a graça substitui o sexo, conforme ele.
Enfim... ele tem bons pontos de vista sobre a cultura popular, o mass media... etc. e eu to gostando muito do livro.